Acervo Galeria de Arte

Cosme Martins

Cosme Martins nasceu no Maranhão em 1959. Iniciou sua carreira em sua cidade natal, São Bento, pintando temas figurativos locais. Na década de 80, mudou-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de expandir o reconhecimento de sua arte.

No Rio de Janeiro, obteve orientação de grandes artistas Rubens Gerchman, Luiz Áquila, Aluísio Carvão, Kate Van Scherpenberg e José Maria Dias da Cruz. Tais experiências com grandes mestres da arte brasileira favoreceram a obtenção de prêmios e participações em salões e importantes museus de arte como Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro e Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Recebeu apoio, reconhecimento, e interferências de críticos notáveis. Walmir Ayala afirmou que sua maneira de pintar era a “nova escrita”.  Em sua obra Dicionário de Pintores Brasileiros (1987), Walmir Ayala, escreve que:

“O mais surpreendente na obra de Cosme Martins é a coerência da linguagem adotada, cuja referencia mais imediata encontramos no extraordinário acervo da azulejaria colonial, enriquecendo a arquitetura de São Luiz. Há uma identidade subliminar neste enfoque, resultante de convivência humana do artista com seu meio, ativada por um olhar registrado de primeira qualidade. E este reflexo não se faz, em nenhum momento, anedótico ou discursivo: o que passa para a pintura de Cosme Martins é a própria alma da cidade, no que tem de particular, universalizada pela receita minimalista de signos registrados. Não estamos distante, tampouco, de um sistema de escrita, de uma semiologia que induz a leitura a partir de um movimento anatômico situado no âmbito do código. A leitura referida torna-se assim, aberta, como a uma leitura capaz de refletir o testamento do homem no plano de criação.”

Já Roberto Pontual abriu as primeiras portas para o mercado de arte. Foi ele que recebeu Cosme Martins em Paris quando foi vencedor do Prêmio Viagem através da participação na exposição A “Mão Afro Brasileira em Pintura”. Nessa viagem, Cosme Martins relembra a oportunidade que teve de conhecer Cícero Dias, Mabe e reencontrar Rubens Gerchman, que lhe deu aulas e foi o primeiro a dizer, anos antes ainda no Maranhão, que era possível alcançar reconhecimento em projeção nacional.

Na fase conhecida como “Favelas” observa-se a transição entre o figurativo e o abstrato na obra do artista. Elementos como barracos e pessoas foram se tornando cada vez menos óbvios, até a pintura alcançar a total ausência da figura como podemos perceber nos trabalhos atuais de Cosme Martins.

Suas telas que apresentam texturas, feitas em terracota, que são construídas com uma técnica que o artista não revela, dizendo ser um “segredo” que mantém a firmeza e evita craquelês com o passar dos anos. A variedade de cores presente em sua obra é movida pela sensibilidade do artista que diz não conseguir chegar a um limite até que sua agonia seja substituída pela sensação de prazer ao terminar suas telas.

Cosme Martins confessa já ter conseguido muito mais do que imaginava quando saiu do Maranhão ao se referir a conquista de seu espaço dentro do cenário artístico. Afirma, também, ter consciência de que o trabalho de um artista não é reconhecido de um dia para o outro e que são necessários anos de trabalho e pesquisa em conjunto com pessoas influentes que acreditam em sua obra.

Exposições Individuais

  • 1980/84 – Galeria Eney Santana (MA)
  • 1985 – Museu Artístico e Histórico do Maranhão (MA)
  • 1987 – Exposição Cultural Petrobras (RJ); IBEU (RJ)
  •  1989 – Galeria de Arte Ipanema (RJ) – Folder
  • 1993 – Conjunto da Caixa (RJ); Convidado para ministrar curso em Potsdam (Alemanha); Exposição no Centro Cultural Cândido Mendes (RJ)
  • 1995 – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (Niterói – RJ)
  • 2006 – TNT Galeria de Arte (RJ)
  • 2010 – TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ)
  • 2010 – Pro Arte Galeria (SP)
  • 2010 – TNT Galeria de Arte e Celso Albano Artes e Antiguidades
  • 2011 – Espaço Fátima Lima (São Luís – MA)
  • 2016 – Espaço Fátima Lima (São Luís – MA)
  • Exposições Coletivas
  • 1981 – Museu Artístico e Histórico do Maranhão (MA)
  • 1983 – Galeria Eney Santana (MA)
  • 1987 – Arte e Gesto, Galeria Basílio (RJ);  100 anos de Villas-Lobo, Galeria Basílio (RJ); Mostra Petrobrás de Artistas Novos (RJ)
  • 1988 – Prêmio Abolição de Pinturas, Galeria Ipanema (Rio de Janeiro – RJ); A Mão Afro Brasileira em Pintura, Galeria Ipanema (RJ); Museu de Arte Moderna de São Paulo; Três Artistas Contemporâneos, Galeria de Arte IBEU (Rio de Janeiro – RJ), Museu Artístico e Histórico do Maranhão (São Luís – MA); Pintura e Forma, Espaço BNDES (RJ); Coletiva na pequena Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes (RJ)
  • 1989 – Quatro Quadros, Centro Cultural Cândido Mendes (Rio de Janeiro – RJ)
  • 1991 – Diez Años, Galeria Arte Actual (Santiago – Chile); Galeria Arte Actual com Evandro Carneiro (Santiago – Chile); Workshop Alemanha-Brasil em João Fonseca (PA), com exposição Itinerante até 1992, nas seguintes capitais: Recife no Centro de Convenções, Ilhéus no Teatro Municipal, Brasília no Museu de Arte Brasília, Belo Horizonte, Centro Cultural da Universidade, Rio de Janeiro, Paço Imperial,Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e museu de Arte de São Paulo; 10 Anos de Acervo , Coleção Centro Cultural Cândido Mendes, Museu de Artes Modernas do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro – RJ)
  • 1996 – Três Pintores em Exposição, Arte Atual, Palácio dos Leões (São Luís – MA)
  • 1997 – Galery Casa Shopping (RJ)
  • 2000 – Coletiva de Abril , Escritório de Artes Fátima Lima, São Luís Shopping Center (MA)
  • 2002 – TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ); Galeria de Arte Ipanema (RJ)
  • 2003 – Pop Plaza Summer Festival 2003 (Niterói – RJ)
  • 2004 – Atualidade Galeria de Arte (RJ)
  • 2006 – TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ); Pro Arte Galeria (SP)
  • 2007 – Coletiva Contemporânea, TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ)
  • 2009 – Believe it, TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ)
  • 2010 –  Ciclos Cromáticos, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas (Rio de Janeiro – RJ)
  • 2015 – Reflorescência, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas (Rio de Janeiro – RJ)
  • 2016 – CTRL+Z, TNT Galeria de Arte (Rio de Janeiro – RJ)

Principais Premiações

  • 1985/86/87/98 – Salão de Pernambuco
  • 1986 – 9º Salão Nacional de Artes Plásticas, Região Centro-Oeste (Brasília – DF)
  • 1987 – V Salão de Ferrovia, Prêmio Nordelli S.A.(RJ)
  • 1988 – XII Salão Carioca de Artes Plásticas (RJ); Salon Dês Antiqueriun et dês Createurs Contemporains, Passarelle de L’ art (Paris-França)
  • 1991 – Prêmio Brasília de Artes Plásticas, Prêmio Aquisição(DF); Salão Nacional de Artes Plásticas, Prêmio Aquisição (RJ)
  • 1993 – Salão Nacional de Artes Plásticas, Prêmio Aquisição(RJ); I Salão MAM, Bahia de Artes Plásticas; Salão de maio, artista convidado (São Luiz – MA)
  • 1998 – Prêmio Abolição da Pintura; Prêmio de Viagem a Paris,Galeria de Artes Ipanema (RJ)

LIVROS

  • A Mão Afro-Brasileira em Artes Plásticas de Emanuel Araújo
  • 50 anos de Arte no Maranhão
  • Dicionário de Júlio Lousada Edição 1991/92/93 e 94
  • Dicionário de Pintores Brasileiros de Walmir Ayala
  • Um Passeio pela Arte Brasileira (Galeria de Arte Errol Flynn)
  • A Páscoa das Gaivotas de Carlos Cunha

ILUSTRAÇÃO

  • Capa do livro “Apologia ao Abstrato” de Arquimedes Vale (São Bento MA)
  • Capa do livro “Memorial de São Bento Novo” de Álvaro Ubiratan (Vavá Melo) (São Bento MA)